terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Haja palavras para o que eu não digo

O amor sentiu remorso

Não foi permitido vôo, destroçaram-se as asas
As alturas causavam sensação de despedida
Uma não vida, um império de silêncio
Personalidade forte, questão do fim até o fim.
Não ao sossego
Não a paz
Não a mistura
Não a fusão
Não!

E agora


Quer o vôo, suas asas
As alturas
Uma vida, decadência do império
Vulnerabilidade
Sim ao sossego e a paz
A junção, a fusão
Sim!

Tardou... e hoje

lamenta a sorte de parir sua própria morte.

Medo

Medo do que não é
Das coisas que não conseguem ser
Medo do frio
Medo do quente
Medo
Ele próprio contém o segredo

E desvendar vai uma bela dose de dor

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Decodificar

Atrai e recua, atrai e recua.
Covarde!
Não. É de praxe recuar antes do salto.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Caiu a máscara da morte

Encaro as fases da vida como morte e renascimento. Não que seja a melhor maneira de encarar, claro. Mas não consigo enxergar de outra forma.
Todas essas etapas envolveram pessoas e situações que desapareceram.
Morei em lugares diferentes, com pessoas diferentes, clima diferente, língua diferente e tudo isso não existe hoje. Entende que morreu? Não volta mais!
Mas isso não acontece só em outro país ou outra cidade, vários círculos de pessoas com quem convivi se desfizeram e a atmosfera que os envolviam também.
Por que então, as pessoas têm tanto medo da morte, se morremos e renascemos várias vezes na nossa vida?
Só ano passado morri 3 vezes.
É martirizante como um perfume ou uma música pode trazer a tona, como numa explosão de sentimentos, tudo que vivemos num passado.
A diferença da morte carnal é que nessas sucessivas mortes, mantemos as lembranças da vida passada e isso dói. Dói porque as pessoas que eram importantes, não podem ser mais, e pior, quem eu era não posso ser mais.

Saí do mundo

Sai todo mundo, que eu vou pra lá.
Não vem atrás que eu vou sozinha, já disse!
E fui.

...ué... não vieram...
O que vocês estão fazendo aí? Eu disse isso da boca pra fora, eu quero voltar.
O que eu to fazendo aqui? Alguém aí pode me jogar uma corda? Eu não sei nadar.
Daqui eu não entendo nada, não me ajusto, do que vocês estão rindo?
Eu sei fazer isso e também sei prestar atenção na rachadura da calçada, bem naquela marquinha mais funda que parece sem fim, também sei não pensar em nada, quer ver? Deixa eu entrar, eu posso te mostrar.
Que eu saiba a gente não desaprende a andar de bicicleta. Por que acham que eu esqueci todas essas coisas de vida?
Eu só estava brincando. Era só tipinho.
Aqui ta pesado, me deixem fazer parte disso tudo de novo.
Ta, já chega, a brincadeira já foi longe demais, abram a porta, me deixem entrar.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Ceticismo

Não me venha com conceitos, parasita.
Eu não tenho medo, falo baixo. Rejeito.
Sua voz te debilita.
Finda qualquer coisa infinita.

Nascimento

Vai acontecer de novo, fim da linha, recomeço.
Agonia, agonia, agonia, agonia. Avesso.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Não me entenda mal

Opa, peraí, eu não falei pra você se desarmar, o que eu disse é que quero te decifrar. Continue ereto , segurando sua faca e seu escudo, ele esconde o que te é mais profundo e é melhor que seja assim.
Não se condene, não foi você quem inventou essas armas, elas brotam ao redor de espíritos secos, esclarecidos e sem ilusão.
Se quer me mostrar o que tem aí atrás, não fale mais nada, assim te escuto melhor.

Perfume

Alguém estava usando e passou por perto, como o vento estava a meu favor, pude senti-lo. Era seco e suave, único. Eu quis pra mim, claro, mas só quis, nada fiz para tê-lo, não comentei.
Alguma espécie de magnetismo, embora tenha me considerado cética pra quase tudo - a física há de explicar certas estranhezas -, me fez ter o segundo contato com o perfume. Ganhei, ganhei numa data qualquer.
Fiquei surpresa! Mas nem tanto, me acostumei a atrair o objeto.
Vou pega-lo e devora-lo, vou senti-lo....hmm, opa.... o perfume em mim, não é tão bom...
Melhor assim... não terei dó de usa-lo.